Pílulas anticoncepcionais começaram a ser distribuídas, de forma gratuita, pelo governo francês nesta semana. Os medicamentos são destinados para jovens de 18 a 25 anos e chegarão a pelo menos 3 milhões de mulheres até o fim do ano.
A medida foi anunciada em setembro pelo ministro da Saúde francês, Olivier Véran. De acordo com ele, a contracepção estava “em retrocesso” no país e o principal motivo disso era a “renúncia por razões financeiras”.
Diante deste cenário, a pasta formulou o projeto, o qual também oferece acesso gratuito a uma consulta por ano com um médico ou parteira, exames biológicos e anticoncepcionais gerais (pílulas, implantes, dispositivos intrauterinos, diafragmas e a anticoncepção hormonal de emergência).
Conforme o Fórum Parlamentar Europeu para os Direitos Sexuais e Reprodutivos (EPF), a França ocupa o segundo lugar do Atlas da anticoncepção 2020 – atrás apenas da Bélgica. “Embora quase 60% das mulheres europeias em idade fértil usem algum tipo de anticoncepção, 35% das gestações na Europa são consideradas não planejadas”, destaca o Fórum.
No Brasil
No Brasil, a taxa de gestação não desejada passa de 55%, segundo uma pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz que ouviu 24 mil mulheres entre 2011 e 2012. O percentual está acima da média mundial, de 40% de gestações não planejadas.
Na prática, contudo, mulheres enfrentam filas enormes para agendar a colocação do DIU. Também não há injeção trimestral em alguns postos de saúde. E elas ainda enfrentam restrições de cunho religioso.
A falha do sistema resulta em mais de 500 mil abortos clandestinos realizados no país todos os anos, de acordo com a Pesquisa Nacional do Aborto.