* Eduardo Gomes –
Maurício Barbant foi mestre da arte fotográfica. Ia muito além do clique e do enquadramento da foto. Dava vida àquilo que seu olhar privilegiado via pela frente. O nome Maurício Barbant nome figurava entre os mais consagrados repórteres fotográficos mato-grossenses que consciente ou inconscientemente buscaram inspiração no armênio mais cuiabano do mundo, Lázaro Papazian, o Chau.
Um câncer extremamente agressivo levou a vida de Maurício Barbant, no domingo (4), deste mês de dezembro, na abençoada e ensolarada Cuiabá. Partiu depois de longo sofrimento com resignação. Trocou o leito do hospital onde lutava contra a doença pelo descanso eterno onde reina a paz celestial.
O fotojornalismo perde com o adeus de Maurício Barbant, ainda assim, por muito e muito tempo sua obra estará presente atestando um transformador período mato-grossense que suas lentes captaram com genialidade.
Fomos colegas de redação e tive a felicidade de viajar com Maurício Barbant. Percorremos vários municípios em pautas diferentes. Sua fotografia, sem exagero, por si somente traduzia a reportagem dispensando texto, título e legenda. Porém, seu brilhantismo despertou interesse na Assembleia Legislativa por sua contratação e ele trocou o leque de atuação na iniciativa privada pelo fotojornalismo institucional que engessa a criatividade por ser focado nas autoridades titulares do poder contratante. Porém, mesmo nessa condição, Maurício Barbant encontrava espaço para nos brindar com sua sensibilidade.
Chau trocou Erevan, na Armênia, pelo Brasil e em 1926 veio para Mato Grosso a convite do governador Mário Corrêa da Costa, que assumiria o cargo naquele ano. Chegou pelas águas do rio que empresta o nome ao lugar e nunca mais deixou o centro geodésico da América do Sul. Sua trajetória é reverenciada por todos seus colegas e pela Memória Pública Cuiabana.
Repórter fotográfico e bacharel em Direito, Edmar Maurício Barbant, (foto) de 61 anos, era paulista de Dracena, mas mato-grossense de coração, por opção e Cidadania concedida pela Assembleia a pedido do deputado Ságuas Moraes. Deixa a viúva Maria Barbant, jornalista, e duas filhas. Para o túmulo leva o amor pela família, fotografia, Corinthians, pelos colegas e amigos. Nas redes sociais incontáveis postagens com manifestações de carinhos demonstram o sentimento que toma conta de Cuiabá.
Descanse na mansidão dos justos, Maurício Barbant! Sua presença entre nós significou que o bom fotojornalismo iniciado com Chau foi levado adiante, mesmo com a vulgarização da fotografia pelas redes sociais. Sua missão nesse contexto foi muito bem desempenhada. Que seus colegas Edson Rodrigues, José Medeiros, Marcos Negrini, Evelyn Leite, Antônio Mendes, Otmar Oliveira, Vanderson Ferraz, Biro Curado, Maria Anffe, Marcos Bergamasco, J.J. Caju, J.C.Patrício, Osmar Cabral Jr., Ednilson Aguiar, Lucas Ninno. Walter Machado, Matusalém Teixeira, Rafael Manzutti, João Vieira, Mari Juruna, John Oliveira, Lunaé Parracho, Ronaldo Mazza, Nilce Guirado, Vicente de Souza, W. Maradona, Nilza Guirado, Jana Pessôa, Vanderlei Meneguini, Chico Ferreira, Robson Silva, Rogério Florentino, J.L. Siqueira, Adia Borges, Dinalte Miranda, Vilson de Jesus, Pedro Alves, Geraldo Tavares, Lorival Fernandes, Felipe Barros, Christiano Antonnuci, Guilherme Filho, Ângelo Varela, Dema Milhomem, João Vieira, Fablício Rodrigues, Marcos Lopes, Mario Friedlander, Helder Faria, Marcos Vergueiro, Karen Malagoli, Júlio Rocha, Vanderlei Meneguini, Marcus Vaillant, Mayke Toscano, Rai Reis, Tchélo Figueiredo, Dnei Matos, Fabiano Iappe, Diogo Palomares, Fernando Itamir, Mário Vilela, Jorge Pinho, Thiago Crepaldi, Valmir Faria, Geraldo David e tantos outros levem adiante essa profissão imprescindível. Que em festa a redação do céu celebre sua chegada para reforçar a equipe fotográfica mato-grossense composta por Chau, Gilson Santana, Nenê Andreato, Osmar Cabral, Maranhão, Délcio J.B., Evilázio Alves, Ciro Silva, Felipe Torres, Vargas Delusor Pontes, Rodrigo Cabral, Magno Jorge, Lenine Martins e outros colegas.
Aqui, sem a companhia amiga de Maurício Barbant a vida segue, mas nos resta o consolo de seu acervo, esse para sempre, como sua lembrança. Bons cliques celestiais.
* Eduardo Gomes
@ andradeeduardogomes
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