Para as obras de revitalização, a Prefeitura de Cuiabá praticamente demoliu toda a estrutura que compõe o chafariz da Praça Ipiranga, localizada no Centro Histórico de Cuiabá, entre a Rua 13 de Junho e as avenidas Generoso Ponce com a Tenente Coronel Duarte, a Prainha. A obra preocupa historiadores e populares. “O chafariz da Ipiranga pede socorro para não ser destruído pela Prefeitura de Cuiabá”, clama a historiadora Neila Barreto.
A reforma começou há uma semana. Ontem pela manhã, no entanto, não havia operários no local. Por lá, apenas as marcações dos pontos que deverão ser refeitos, além dos destroços jogado ao redor da estrutura em bronze por onde deveria jorrar água. Apesar da obra, a praça não foi cercada com tapumes.
Um chafariz, conforme Neila Barreto, são verdadeiras obras de arte e responsáveis por faz reviver na memória de uma cidade. Além disso, segundo informações da própria Prefeitura Municipal a Praça Ipiranga é tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan).
Segundo Neila Barreto, a praça é datada do século XIX. “O antigo Largo da Cruz das Almas, depois Praça Marques de Aracati, atual Ipiranga. Até 1876, abrigou as touradas e sua construção remonta do século XIX, quando o governo provincial estimulou, por meio de uma lei, a construção de um chafariz no Largo do Ipiranga. O chafariz seria alimentado pelas águas de um manancial existente na parte superior da Travessa Vilas Boas, atual Avenida Generoso Ponce de Arruda”, conta.
Ela relata que o monumento foi instalado na região por que Cuiabá, até então, não possuía um sistema de abastecimento de água. “Além do chafariz, várias palmeiras foram plantadas e o largo tornou-se ponto de encontro para bate papos na década de 1930”, destacou.
Na área também foi instalado o coreto municipal, de origem alemã e vindo da cidade Hamburgo, adquirido intendente municipal Avelino de Siqueira. No local, encontra ainda a histórica palmeira “Gogó da Ema”, tomada pela lei 3.733/1999.
A reportagem do Diário tentou falar com prefeitura sobre o assunto, mas não conseguiu. Na semana passada, a assessoria de imprensa do município informou que as obras devem durar 120 dias. O investimento é da ordem de R$ 300 mil.
Segundo a prefeitura, os canteiros, que antes eram redondos, agora terão formato quadrado, mais enxuto e leve para valorizar a flora do lugar. Os espaços, redefinidos em boxes de 1,5m x 1,5m contarão com bancos de madeira, inspirados nos que foram implantados na recém-restaurada Praça Alencastro. “Além das mudanças que envolvem paisagismo, o chafariz que é marca registrada do local, também será reformado para evitar acumulo de águas pluviais e possíveis doenças como a dengue”, informou.
O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Juarez Samaniego, garantiu que as mudanças foram pensadas para valorizar ainda mais a história de Cuiabá, que está próxima de completar 300 anos e para facilitar a vida dos cidadãos.