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COMPORTAMENTO INFANTIL – Quatro problemas para os pais ou responsáveis ficarem atentos

Vale pontuar que, se a criança não gosta de purê de batata, está ok, agora se ela não gosta de nenhuma comida em purê, de duas uma: ou a introdução alimentar dela foi feita errada

 

Divulgação

Criancas - O Esportivo

Existem alguns comportamentos que podem indicar uma necessidade não atendida da criança e consequentemente, a necessidade dos pais de se adequar e fazer o que precisa ser feito, são elas:

Chamar atenção: o senso comum, despreza as necessidades da criança e acredita que a criança querer chamar a atenção, é uma besteira ou que se trata apenas de uma fase, pois bem, não é. Uma criança que entende processos e sabe colaborar, não tem essa necessidade. Portanto, entenda que pra criança, receber atenção, boa ou ruim, ainda sim é atenção. Então se questione, qual a real causa desse comportamento? Começou quando? O que eu não estou ofertando pra criança?

O que fazer? – Se chamar sua atenção é sinal de falta de desconexão, por exemplo, é importante que você passe a narrar o que acontece, ou seja, descreva pra criança que ela esta recebendo a atenção que ela espera.

Ex: “Meu amor, agora eu tenho um tempo livre e posso brincar com você lá no jardim. Vamos apostar corrida pra ver quem chega lá fora primeiro?” No final da brincadeira, deixe claro que vocês tiveram o tempo de brincadeira e que agora você precisa fazer outra atividade.

Ex: “Filho(a), agora preciso terminar meu trabalho, mas foi muito divertido brincar com você. Depois do jantar nós podemos ler um livro juntos, ok? Assim que eu terminar de limpar a cozinha, eu te aviso.”

Pra crianças maiores de 3 anos, uma rotina ilustrada (mostrando imagens das atividades que precisam ser feitas durante o dia) ajuda a criança a entender o tempo e que existem várias atividades pra serem feitas, além de brincar com você.

A criança ter amigos imaginários: outro equívoco é achar que criança ter amigo imaginário é ok e que deve ser estimulado – errado! Trabalhando com crianças por mais de 15 anos, eu percebi que as poucas que tinham amigos imaginários, os tinha por se sentirem sozinhas e/ou desprezadas.

Explico, uma criança que percebe atenção e tem uma boa autoestima, não tem necessidade de ter amizade com alguém que não existe. Já as que acham que se sentem esquecidas ou desprezadas, usam o amigo imaginário, pra ter o que elas acham que não recebem dos outros por isso, elas os imaginam como sendo os amigos que fazem o que as pessoas reais não fazem (ela consegue ter a atenção que ela acha que não tem dos pais ou amigos, por exemplo).

Vale pontuar que, a criança usar bonecos pra brincar e conversar com eles, não o caracteriza como amigo imaginário. Nesse caso ela esta usando a fantasia pra construir uma história, já o amigo imaginário, não tem representação (por exemplo, a cadeira está vazia porque ela diz que o amigo imaginário está sentado lá).

O que fazer? – Organize a rotina e tenha tempo de qualidade com a criança, narrando o momento que vocês estão juntos. Quando a criança falar do amigo imaginário, não precisa ignorar ou brigar com ela, mas não incentive a conversa.

Se vocês estiverem brincando juntos, por exemplo, vale dizer que agora não é hora de brincar com o amigo imaginário e sim, de vocês se divertirem juntos. Não encoraje fazendo perguntas a respeito e sempre que perceber que a criança está com o “amigo”, direcione-a pra fazer outra atividade, de preferência, acompanhada.

Se perceber que a criança está usando o amigo imaginário, pra substituir algum amigo da escola, converse com a professora pra entender exatamente o que esta acontecendo entre eles, pra assim vocês possam juntos (pais e escola) trabalharem pra melhorar o socioemocional dela.

A criança não consegue adormecer sozinha e independentemente da idade, continua a acordar muitas vezes durante a noite: primeiro é importante entender que dormir é um comportamento como qualquer outro e precisa ser ensinado.

Logo, achar que “é normal” uma criança continuar crescendo e não conseguir dormir sozinha (ou dormir muito tarde, ou decidir se vai ou não dormir) não está ok, e diz mais respeito à você, do que sobre as necessidades do seu filho.

No início, quando os pais não estão acostumados com o bebê e que a criança demanda uma necessidade física maior do cuidador, esse comportamento não influencia tanto, e desde que todos estejam felizes com suas escolhas e dormindo à noite toda, pouco importa o que vocês fazem, mas à longo prazo (principalmente, após os 3 anos) esse comportamento acaba influenciando no SER da criança, que não evolui e cada vez mais depende de alguém pra fazer o que ela já é capaz de fazer sozinha.

O que fazer? – Eu sei que não é fácil, mas é hora de fazer o trabalho que não foi feito até então. Crie rotinas claras durante o dia e tenha consistência, porque “fazer de tudo” é o pior que você pode fazer pela criança, que precisa de repetição pra entender como as coisas funcionam.

Além disso, é importante entender que não dá pra “pular fases” e obrigar a criança, de um dia pro outro, a fazer o que ela desconhece até então. Por exemplo, se a criança dorme desde que nasceu na sua cama, não é porque ela fez 3-4-5 anos que “agora ela entende”.

Ela entende o que você apresentar pra ela com consistência (ex: você a ensinou a dormir com você e repetiu isso por toda a vida dela, logo, você através da repetição, a ensinou que dormir funciona dessa forma), portanto ‘construa” essa mudança aos poucos.

Por exemplo, ela sai da sua cama pra um colchão ao lado da sua cama, depois ela vai pro quarto dela, e você permanece ao lado dela, até ela adormecer (o que não significar deitar com ela, ou você vai estar trocando seis por meia dúzia.

Apenas fique dentro do quarto, vale até colocar uma cadeira lá) e aos poucos, conforme ela se sente confiante, você vai se afastando e ficando cada vez menos.

No início é comum a criança querer levantar ou te chamar, e é muito importante que você não ceda (não atendendo as demandas repentinas e retornando ela pro quarto, quantas vezes forem necessárias) e atenda ao chamado dela, sem demora.

Isso acontece porque, ela está se adaptando e precisa ter certeza que está segura mesmo sem você está por perto, ou seja, cada vez que ela se levanta é pra ver se você não a deixou sozinha na casa e quando ela te chama, é pra ter certeza que você vai aparecer quando ela precisar.

A criança precisa cada vez mais de leite e não come bem nas refeições: outro equívoco é achar que a demanda por leite deve ser estendida e que a criança não evoluir a quantidade e variedade nas refeições é “só uma fase”.

Lamento informar, mas a criança que “nunca comeu bem”, que precisa de mamadeira depois dos 2 anos ou que “só come” x, y ou z, o faz porque não teve o direcionamento adequado.

O que fazer? – Gosto sempre de ressaltar que “em casa que tem comida, ninguém passa fome”, ou seja, seu filho que “prefere” só comer nuggets, o faz porque você deu essa opção.

“Mas Camila, se eu não der o nuggets, ele vai passar fome?” Com certeza não, afinal, na sua casa tem outros alimentos, não é mesmo? O problema é que vocês falam de fome, mas não deixam a criança senti-la, e aí fica difícil mesmo pra ela entender o que você quer dizer, já que ela só precisa espernear, pro que ela quer, magicamente acontecer. Vocês por acaso, conhecem algum caso de criança que morreu de fome, porque não teve nuggets no almoço?

Ou porque comeu o que tinha disponível, reclamando? Pois bem bem eu, então parem de dramatizar. Porque dar autonomia pra criança não tem nada a ver com liberdade de escolha, ou seja, autonomia é ela decidir entre as opções disponíveis, não as que ela inventar.

Portanto, a partir de hoje, troque “o que você quer comer de almoço?” pra “meu amor vou começar a cozinhar o almoço, você quer macarrão com carne ou arroz com frango?” e não ceda. “Mas Camila e se ela não comer?” Está tudo bem, você deixa o prato lá bonitinho guardado, pra quando ela sentir fome, mas não tem outra opção.

Vale pontuar que, se a criança não gosta de purê de batata, está ok, agora se ela não gosta de nenhuma comida em purê, de duas uma: ou a introdução alimentar dela foi feita errada e, nesse caso, enquanto você não fizer o trabalho que não foi feito antes, isso vai se prolongar e tende a ficar cada vez pior; mas ainda pode ser reflexo de um problema orofacial, e nesse caso, vale uma consulta com um fonoaudiólogo pra investigação. (Débora da Mata/Assessoria)

Para saber mais, consulte os destaques disponíveis no instagram @educaepreciso