Indicadores de melhorias foram apresentados pelos profissionais do HMC para o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro
Davi Valle
Depois de seis meses de implementação de novas ferramentas, o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e Pronto-Socorro “Dr. Leony Palma de Carvalho” finalizou a 1ª etapa do Projeto Nacional Lean nas Emergências com redução de 22% da superlotação, conforme o NEDOCS (indicador de lotação de urgência e emergência).
Os indicadores de melhorias foram apresentados pelos profissionais do HMC, na quarta-feira (09), no auditório do hospital, para o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, que participou de maneira remota, consultores do Hospital Sírio-Libanês e direção da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), que administra o HMC, sob a gestão municipal.
Para o prefeito Emanuel Pinheiro, o HMC é um orgulho para a população. “Com apenas três anos de criação, o HMC é referência no país, e está entre os 39 hospitais públicos do Brasil selecionados para a execução do Projeto Lean. São poucas as unidades hospitalares que integram esse programa. Este já é o terceiro projeto nacional desenvolvido na unidade”, informou.
“Os profissionais do HMC colocaram em prática o projeto com o apoio do Ministério da Saúde, consultoria e treinamento do Hospital Sírio-Libanês, um dos melhores hospitais da América Latina. Com as melhorias obtidas, conseguimos avançar na qualidade do atendimento. Isso sim é humanizar a saúde de Cuiabá com serviços públicos eficientes. O HMC está de parabéns. Tenho muito orgulho de ser prefeito desses grandes profissionais que ajudam a gestão”, completou.
Dentre os avanços mais relevantes com a implantação do Projeto Lean, no HMC, estão à otimização no fluxo de atendimento aos pacientes do pronto-socorro com a diminuição em 22% no índice de superlotação, aumento em 93% da taxa de agregação de valor para pacientes verticais, em estado menos grave, e 32% para pacientes horizontais, trazidos de ambulância em estado grave. Quanto maior a taxa de agregação de valor significa que houve redução no tempo de espera e no tempo para a realização do atendimento/procedimento.
Além da implantação de novas ferramentas, dentre as principais estão o 5S, que melhorou a organização e limpeza dos setores e padronizou procedimentos.
E a execução das ferramentas Huddle e os Rounds nas internações, que facilitaram a comunicação interna nos setores com a realização de reuniões rápidas e diárias, e o novo layout do pronto-socorro, que ajudou na melhoria do fluxo de atendimento. Como também o mapa de fluxo de valor, diagrama de espaguete, Kanban e outras ferramentas. Quando ocorre a superlotação, com a quantidade de pacientes superior a capacidade de atendimento, é ativado o Protocolo de Capacidade Plena (PCP), que é um conjunto de medidas, que visa reduzir a superlotação do pronto-socorro de forma rápida e pontual envolvendo todos os setores do hospital.
Segundo o engenheiro e especialista de processos do Sírio-Libanês, Rodolfo Durante, foram dez visitas técnicas quinzenais realizadas no HMC para apresentação de ferramentas e consultoria.
“Neste primeiro momento o HMC alcançou o objetivo. A equipe está bem engajada e as mudanças foram bem significativas. Observamos o avanço na estratégia de fluxo e a otimização dos recursos de forma racional”, avaliou.
O médico consultor do Sírio-Libanês, Paulo Azevedo, destacou que o intuito é manter os profissionais engajados.
“Esperamos que a segunda etapa do projeto, que é a fase de acompanhamento, seja da mesma maneira, com a participação expressiva e desempenho dos envolvidos. Encerramos a fase de implantação, mas a ideia é que o projeto continue em execução. Estamos à disposição e acompanhando a evolução das ferramentas”, revelou.
De acordo com o focal point do projeto, Muriel Alencar, do Núcleo de Gestão da Qualidade Hospitalar do HMC, 60% das tarefas elencadas na primeira etapa do projeto foram cumpridas. “Ainda há muitas tarefas e desafios para realizarmos e a equipe do HMC continuará as reuniões para implementar ainda mais melhorias. Foi um desafio, mas com a adesão dos profissionais foi possível alcançar grandes resultados”, disse.
Segundo o médico e diretor-técnico do HMC, Vinicius Gatto, os profissionais se adequaram às novas ferramentas para atendimento.
“Além do pronto-socorro, os profissionais das áreas abertas, também aderiram às melhorias, o que facilitou o giro de leitos e promoveu a rapidez da transferência dos pacientes da Urgência e Emergência para as internações, consequentemente desafogando a superlotação no pronto-socorro”, observou.
“É importante destacar ainda, as ações no pronto-socorro, com a melhoria no fluxo de atendimento ao paciente, mudança de finalidade de salas de atendimento, instalação de sala base do laboratório, implantação de acolhimento ao paciente na recepção, implantação de consultório de triagem médica, aplicação das novas ferramentas, melhoria de organização, padronização, limpeza e sinalização de caminho”, complementou.
Paulo Rós, diretor-geral da ECSP, destacou que o Projeto Lean apresenta a gestão do HMC uma forma moderna de gestão que torna o atendimento mais rápido e com menor tempo de espera.
“Essas mudanças resultam no atendimento mais rápido e humanizado ao paciente, além de um ambiente de trabalho mais adequado aos colaboradores. Nosso intuito é trabalhar com excelência e melhorar sempre. Essas mudanças foram necessárias, são ajustes que estão dando certo. Tenho a convicção que o projeto foi um marco para o HMC. Estamos trabalhando firme para que o projeto continue em andamento e estamos de portas abertas para novos projetos”, finalizou Rós.
O HMC foi o único hospital de Mato Grosso selecionado para o Projeto Nacional Lean nas Emergências. O projeto integra o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), por meio do Ministério da Saúde, em parceria com os Hospitais Sírio-Libanês, Beneficência Portuguesa e Moinhos de Vento – HMV.