Volante pondera que concorrência é maior para o atacante com a amarelinha e que a adaptação é diferente da que ele teve no Real Madrid
Companheiro de Vini Júnior no Real Madrid, o volante Casemiro acredita que o atacante pode se desenvolver e se afirmar na seleção brasileira tal qual tem sido no clube espanhol nesta temporada.
Porém, em entrevista coletiva nesta terça-feira, Casemiro ponderou que a concorrência para Vini Júnior é maior na Seleção e também que a adaptação com a amarelinha é diferente da que ele teve no Real.
– É um período de adaptação, claro que hoje você fala em Vinicius no Real Madrid e ele está sendo muito importante. Esse ano eu já falei que ele teve essa mudança, não ter jogado bem e ter ganhado jogos para nós, mesmo não jogando bem. Isso é o fator mais importante do jogador, mesmo sem estar bem é importante para o jogo. Em se tratando de Real Madrid, ele está sendo excepcional, ainda mais eu que o vejo todos dias. É um privilégio jogar com ele. Vi crescendo no clube, chegou com dimensão muito grande, mas é normal o período de adaptação, de país, da liga, claro que é normal. Com a seleção é outro estilo de jogo, outra adaptação, a concorrência é diferente, cada lugar é uma história. Quanto mais rápido ele se adaptar, melhor. Mas não podemos esquecer que ele tem 21 anos. O processo de aprendizado é esse. A crescente dele é muito boa – disse Casemiro, que, na sequência, ainda completou:
– O mister Tite tenta trazer o jogador, tenta trazer a função do jogador no clube para dentro da Seleção. Claro que com ajustes da comissão, do treinador, sempre tenta voltar o que ele faz nos seus clubes. Diria que a crescente do Vini na Seleção vai ser normal. Daqui a pouco ele vai ter mais sequência de jogos, adaptação de como a equipe joga. Foi assim no Real, vai ser assim aqui, porque ele é um grande jogador – declarou o volante.
Já classificada para a Copa do Mundo, a Seleção enfrenta o Equador, nesta quinta-feira, às 18h (de Brasília), pelas Eliminatórias. Na próxima terça, o Brasil pega o Paraguai, às 21h30, no Mineirão.
Questionado sobre o que é necessário desenvolver até o Mundial do Catar e qual estágio está a Seleção neste momento, Casemiro afirmou:
– Sem dúvida, é um ano muito importante para nós, em se tratando de seleção e de Copa. O nível de exigência é o mais alto possível. Eu diria que estamos em uma crescente boa, encontrando uma equipe, mas mais importante é que estamos tendo nas últimas convocações, e até o Tite falou isso, é que está sendo muito difícil convocar. O nível de jogadores está alto, está sendo muito grande. É importante para a comissão e para nós, que estamos aqui há um bom tempo, para dar mais trabalho, mais ênfase. O nível desse ano está crescendo muito, sem dúvida que isso está sendo muito importante. Claro que queremos chegar fortes na Copa, mas temos que pensar jogo a jogo. Não adianta pensar na Copa agora, temos que pensar no Equador, nosso foco é esse agora.
Confira abaixo os outros trechos da entrevista coletiva de Casemiro:
Esquemas da Seleção e do Real
– Tenho que ser realista, não posso esconder. 90% dos meus jogos no Real Madrid são com linha de três, com dois fenômenos, Kroos e Modric. Claro que estou mais acostumado, mais cômodo, mas na Seleção às vezes jogamos com dois, com três. Penso que isso é questão de adaptação. Mais importante disso é como a comissão técnica deixa claro para a gente, quando chegamos eles passam coisas mastigadas para a gente. De como Equador vai jogar, de como iremos trabalhar durante esses 10, 12 dias que temos. Isso é o mais importante, mas claro que o mais cômodo é em linha de três, com dois meias na minha frente.
Mudanças de parceiro no meio
– Desde que não me tirem do time… (risos). Brincadeiras à parte, cada um tem sua característica, mas cada esquema é diferente. Quando joga com três, pede para outro fazer uma função. Em linha de quatro, já muda. Mas nos últimos anos venho jogando com excelentes jogadores, nas últimas partidas com Fred. Mas temos Fabinho, que tem característica um pouco parecida com a minha, mas determinado jogo é válido jogar se queremos um time mais contundente. Então cada jogador tem sua característica. Resta saber o que o treinador quer do perfil do time dele. Mas se eu continuar no time é o mais importante.
Jogo sem público e Renan Lodi sem esquema vacinal completo
– Independentemente de futebol, de qualquer coisa, saúde em primeiro lugar. Eu escuto especialistas de suas áreas, pessoas que trabalharam, que estudaram para isso, e escuto isso, que a vacina é importante, que o vírus não foi embora, segue aí e é importante falar, se cuidar. Claro que existem pessoas que pegaram Covid e não tem determinação, um pegou em casa, outro não. Mas o que prezo é pela saúde em primeiro lugar, independentemente de derrota ou vitória. Se o Renan Lodi não tomou, não sei porque, inclusive eu vi nas notícias que ele tomou a primeira dose, não deu tempo de tomar a segunda. Escuto especialistas e médicos, cada um tem sua opinião, mas o meu é saúde em primeiro lugar.
Volta ao Equador
– É claro que passa um filme na nossa cabeça, passa mesmo uma história, principalmente porque aqui foi o primeiro jogo (com Tite), sabemos que no Brasil, é importante falar, a Seleção estava tão contestada, não estávamos bem nas Eliminatórias. Tinha risco, até mesmo muitos falavam, de não classificar. E chegamos muito bem na Copa. Sempre passa um filme, lembranças muito boas. Agora, que é ano de Copa, tomara que seja um ano espetacular para nós, outra vez.
– A primeira lembrança, a mais clara, que sempre gosto de lembrar: chegamos ao Equador com muita desconfiança, se íamos classificar ou não, mas conseguimos ter sequência importantíssima, conseguimos encantar, voltar a ter o povo do nosso lado. Logo depois, ganhamos a Copa América, depois chegamos à final de outra Copa América. Ninguém gosta de perder, mas talvez possa fortalecer a gente com essa derrota (para a Argentina). Você aprende com a derrota também, e são várias fases. Chegamos aqui agora com certa tranquilidade, embora não exista tranquilidade na Seleção. O trabalho tem que ser forte e sério sempre, mas claro que existem várias fases. O bom disso tudo é que tivemos muito mais fases boas do que ruins. Tomara que seja assim até a Copa e que a gente chegue na Copa e vença, que é o nosso sonho.
Tite mudou?
– Ele está um pouco mais velho, né? (risos) Não só ele, como todos nós. Diria que o que ele mais toca no ponto, o que é mais chato é o ponto de exigência nossa. É um cara que gosta de trabalhar 100%, mesmo que sejam amistosos, Eliminatórias, o poder dele de querer vencer, de estar sempre em alto nível não mudou, até aumentou. O ponto de concentração, de falar mentalmente forte, mentalmente forte, é um ponto mais importante que ele toca. Ele é bem chato, vou falar, ele é exigente, gosta de trabalhar com lealdade. Ele é leal com a gente, com suas palavras, se tem coisas que admiro nele são essas coisas.
Copa no fim do ano
– É uma Copa totalmente diferente, ainda mais para a gente, que é da Europa, vai estar no meio da temporada. É um desgaste diferente, não vão ter aqueles 40, 50 jogos na perna, mas vai ser diferente. Não diria se o nível vai aumentar ou não, porque vai ser Copa mais curta e o tempo de preparação e descanso vai ser menor, então você acaba ganhando por um lado, mas perde pelo outro. É difícil, são sete jogos, o momento que é o mais importante. Se a seleção estiver bem, vai ser o momento que vai definir. É difícil falar agora. São apenas sete jogos, quem estiver melhor mentalmente, fisicamente e, claro, tecnicamente, vai ganhar a Copa. Numa Copa não existe margem de erro.
Jogo contra o Equador
– Sem dúvida. o Equador está muito perto de classificar para a Copa. Sabemos que são terceiros colocados, se trata de jogo com muito respeito, sem dúvida têm jogadores de alto nível, estão muito perto de chegar na Copa. Vai ser um jogo com muito respeito, existem dificuldades de jogar aqui, sempre existiu, mas se tratando de jogo com muito respeito. Eles têm esse “plus” de poder classificar contra a gente.
– Vai ser jogo muito bonito, muito disputado, é o primeiro contra o terceiro, um Brasil x Equador se trata de muito respeito. Tentaremos jogar no nosso estilo de jogo, indo para cima, com futebol alegre, mas muito sólido atrás. Nosso estilo de jogo não pode mudar nessa reta final das Eliminatórias.